6 de nov. de 2009

Possuída por uma entidade

Minha tia Lú deu à luz duas meninas em março de 2006, depois de alguns meses, uma outra tia, a Cleide veio do nordeste para ajudar a cuidar das crianças, assim minha tia Lú poderia voltar a trabalhar. A rotina dessa minha tia que veio do nordeste era a seguinte: acordar, cuidar das crianças o dia todo, limpar a casa, cozinhar e deitar para dormir, sempre assim... semana após semana. Imaginem como é complicado fazer todas essas tarefas e cuidar de duas crianças gêmeas. Nós da família alertávamos minha tia Lú de que chegaria uma hora que a tia Cleide não iria agüentar essa rotina, já que víamos o quanto ela estava desgastada e estressada. O detalhe dessa história é que a tia Cleide é uma pessoa que jamais fala em Deus, e por qualquer coisa diz palavrões ou palavras como “inferno” ou “coisa do Cão”.

Com essa rotina as brigas entre as duas eram cada vez mais freqüentes e a tia Cleide ia guardando mais ódio e rancor. Até que no dia 1° de janeiro tivemos uma surpresa. Nos assustamos com minha tia Lú e seu marido aqui no portão de casa pedindo para que os ajudasse. As gêmeas chorando muito, a tia Lú também, dizendo que a tia Cleide queria matá-la e que estava possessa. Logo eu, minha mãe e irmã corremos para a casa da tia Lú, e falamos para ela ficar aqui em casa.

Chegando na casa já estava o seu Pedro e a Rô – um casal vizinho de minha tia e amigos nossos – e seguravam minha tia Cleide, fazendo orações. Logo depois também chegaram uma outra tia minha e seu marido. Todos começamos a orar. O seu Pedro já foi membro muito ativo de uma igreja evangélica, já passara por situações semelhantes com alguns membros, e ele me deu a missão de ler repetidas vezes o salmo 21. Minha irmã é kardesista e também já vira situação igual. Logo os dois tomaram comando, dizendo o que devíamos fazer... minha tia Cleide estava possuída por algum espírito ruim.

Quanto mais orávamos mais minha tia se debatia, dizia com uma voz grossa para as orações, que queria mais ódio entre as duas tias, queria ficar alí, para ter mais ódio... depois que queria a minha tia Cleide para “ele”. Gritava, grunhia, fazia sons aterrorizantes... ficamos nessa situação por mais de uma hora, até que aos poucos a tia Cleide, ou o que estava com ela foi se acalmando. Paramos com as orações. A tia Cleide estava calma, mas ainda falava com a voz grossa que não era sua. Dizia para irmos embora. Com nossas recusas, esse espírito disse que iria embora, e de repente a tia Cleide ficou com sua voz normal. Ela se levantou tomou água e foi se sentar no quintal. Tudo parecia ter voltado ao normal. Mas seu Pedro e minha irmã sabiam que não.

Minha tia Cleide perguntava o que tinha acontecido e por que estávamos ali. Minha irmã pediu-me para andar pela casa, para ver se eu conseguia sentir alguma coisa, pois ela se seu Pedro tinham certeza de que aquele espírito não tinha ido embora, logo comecei a andar pela casa. Passei pela cozinha, corredor, quartos e banheiro, tudo parecia normal, mas quando entrei na sala e me aproximei da porta senti alguma coisa ruim, sensação essa que não consigo explicar, um misto de calafrio e ar pesado... fiquei parado por alguns instantes, ali. Tive certeza do que era aquilo. Voltei para onde estava minha irmã e disse a ela e seu Pedro: "Senti algo ruim na sala, esse espírito está no canto da porta da sala".

Nesse instante levei um susto, olhei para minha tia Cleide e ela estava olhando para nós três, e por alguns instantes ela fez uma careta horrível, demoníaca. E voltou a falar com voz grossa que não sairia dali e que queria ver uma desgraça. Que minha tia Cleide o chamou com sua raiva e que agora não iria sair de lá.

Ficamos por horas lutando para que essa entidade fosse embora, orações e orações, minha irmã ordenando para que fosse embora, pois os espíritos de luz eram mais fortes, seu Pedro dizendo que o Espírito Santo era maior... e assim foi por várias horas. Até que enfim essa entidade foi embora. Eu andava pela casa e não sentia mais nada. No dia seguinte a tia Cleide voltou para o nordeste.

Confesso que foram momentos que não quero mais passar. Não me esqueço da face da tia Cleide com aquela expressão demoníaca.

PS: Mudei os nomes de todos por uma questão ética.

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